GT-Seeduc Diversidade Niterói: março 2011

sábado, 5 de março de 2011

''Se você falhar, e não tentar denovo, você não vai conseguir. Mas se você tentar novamente.... este não é o fim.''

É realmente uma lição de vida!

DIVERSIDADE NA ESCOLA: DO QUE É QUE ESTAMOS FALANDO?

Profª Drª Shirlei C. Victorino[1]

Falar sobre Gênero, Sexualidade/Orientação Sexual e Relações Raciais é o começo para a efetivação da tão sonhada educação cidadã e, como não poderia deixar de ser, fomenta uma discussão muito pertinente e atual para pensarmos as práticas pedagógicas e as ações cotidianas, tanto na escola quanto fora dela, reiterando a necessidade de revisão de um currículo eurocêntrico que, infelizmente, transformou, ainda transforma, diferenças em valores. Assim, é preciso que tenhamos em conta as particularidades dos diferentes grupos sociais, haja vista a necessidade de implementarmos políticas públicas e ações educativas, pedagógicas, que sejam realmente eficazes, tendo em vista as alterações na relação de poder, saber, conhecimento e verdade, como discute Michel Foucault em A microfísica do poder (1998).
Mas, infelizmente, a sociedade em geral e a escola em particular, naturalizam e/ou demarcam papéis que são construtos históricos/ideológicos, principalmente no que se refere à aquisição/pré-disposição para o aprendizado entre meninas e meninos, sem falar nas brincadeiras pertinentes a cada sexo, gerando as assimetrias de gênero, isto é, ratificando desigualdades de oportunidades, condições e direitos entre homens e mulheres.
O panorama geral sobre o conceito de diversidade, chama-nos a atenção para a questão da diferença que, muitas vezes, é vista como sinônimo de defeito em relação a um padrão dominante. Tal perspectiva nos alerta para as propagandas que veiculam que ser diferente é “legal”, mas o fazem a partir de exemplos que reforçam aquilo que se deseja combater, exigindo que (re)eduquemos o olhar para as naturalizações, que são construtos culturais e ideológicos.
É preciso que estejamos atentos(as) para determinados conceitos, totalizadores, que moldaram/moldam nossa percepção de mundo, o que acaba por influenciar nossas escolhas e atitudes e, em virtude disso, passamos a ser etnocentristas, tomando por válido somente o que pensamos e vivemos, daí a instauração de preconceitos e discriminações que se autoalimentam. Nesse sentido, a revisão do currículo escolar e a proposição de um plano de ação transdisciplinar para se trabalhar, efetivamente, a misoginia, a homofobia e o racismo, é uma ação urgente, uma política de intervenção.
O mundo está mudando velozmente. Vivemos, de fato, em uma sociedade globalizada? Estabelecemos a roda? Guiamo-nos pelo princípio da circularidade na difusão do conhecimento? São muitos os preceitos morais, éticos e filosóficos que ratificam uns/umas em detrimento de outros/outras. Então, é o caso de refletirmos não só sobre o que ensinamos, mas como o fazemos, considerando o modo e o sentido que os(as) alunos(as) dão ao que aprendem e, se, realmente, temos contribuído para uma prática diferente.
É importante que as Unidades Escolares promovam um espaço de reflexão constante sobre os as questões que pontuamos acima, a fim de fomentar um processo de mudança no ambiente escolar, construindo, efetivamente, práticas pedagógicas e práticas de sala de aula mais eficazes e reflexivas.

[1] Especialista e Mestre em Literaturas e Culturas de Língua Oficial Portuguesa: Portugal & África, Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense, atuando nos seguintes temas: prática de ensino de língua portuguesa e suas literaturas, relações raciais e educação, autoria feminina, literatura comparada, crítica literária feminista, gênero e diversidade

GT-Seeduc Diversidade Niterói

Por uma infância sem racismo

sábado, 5 de março de 2011

Lição de Vida